Na indústria alimentícia, a busca por produtos mais inovadores, como produtos isentos de suplementos, novos ingredientes e alternativas veganas, está pressionando os laboratórios de teste para lidar com uma onda de novos tipos de amostras com constituintes desconhecidos.
Conversamos com o gerente técnico global de química de alimentos, Timothy Lumb, da ALS, líder global em testes de laboratório, sobre os desafios que a indústria de testes enfrenta hoje.
“A indústria alimentícia está se movendo tão rápido, sempre há algo novo. No final, tudo se resume ao consumidor, porque os consumidores exigem novos produtos o tempo todo, e isso impulsiona toda a indústria”, explica Timothy Lumb.
Além do impulso dos consumidores, as regulamentações governamentais sobre produtos saudáveis também têm impacto.
“Há um grande impulso para melhorar o conceito nutricional dos alimentos. Vemos um aumento nos testes em torno disso, à medida que os governos se movem para reduzir o sal, reduzir as gorduras, aumentar o nível de fibra. Obviamente, isso impulsiona muito o desenvolvimento de produtos e o desenvolvimento de produtos gera muitos testes.”
O desenvolvimento do produto dá origem a tipos de amostra mais desconhecidos
Com tantos novos tipos de amostra chegando, os analistas se deparam com uma quantidade crescente de tipos de amostra desconhecidos, tornando mais difícil determinar exatamente que tipo de teste de análise de referência executar. No final, muitos testes são baseados em estimativas e isso pode levar a reexecuções, liberação atrasada de amostras e, no pior dos casos, recalls. Todos têm um impacto significativo em termos de tempo, custo, danos à marca e uso desnecessário de produtos químicos.
“Há esse desenvolvimento de novos produtos em que realmente não sabemos nada sobre eles além da aparência macro geral e talvez alguns dos principais ingredientes. Se for um produto de pastelaria ou pão, é óbvio que é isso mesmo. Mas em termos de quais valores estarão lá, não sabemos absolutamente nada ”, explica Timothy Lumb.
NIR agrega valor na fase de preparação da amostra
A integração de um método indireto, como o infravermelho próximo (NIR), fornece aos analistas uma indicação imediata dos valores esperados da amostra, facilitando a decisão de qual procedimento de preparação de amostra usar para a próxima etapa.
“O NIR fornece uma visão rápida do nível do analito que está lá”, explica Timothy Lumb. “Isso nos economiza tempo, esforço e custo potencial. E certamente acelera todo o processo porque reduz a chance de qualquer tipo de retrabalho se errarmos. Ter essa capacidade de escanear tudo pelo NIR primeiro torna o processo muito mais robusto.”
Mesmo quando se trata de analisar amostras de produtos bem estabelecidos sobre os quais já temos uma enorme quantidade de informações, a NIR tem benefícios definitivos a oferecer. Timothy Lumb chama isso de due diligence, usando o NIR para verificar se tudo é como deveria ser e que os rótulos ainda estão corretos.
“A precisão é absolutamente crítica quando se trata de trabalho de due diligence. Mas, além disso, é tudo uma questão de preço, na verdade, porque não há nenhum benefício comercial direto para o fabricante ou varejista por fazer isso, é tudo uma questão de proteção da marca e cuidar de si mesmos, certificando-se de que está correto.
Uma segunda camada de confiança
Embora o NIR forneça muito valor na fase de preparação da amostra, outras maneiras de se beneficiar dos métodos de triagem rápida no laboratório incluem verificações internas de controle de qualidade e como uma segunda camada de confiança para evitar o risco de erro associado a métodos de referência complexos.
“A execução de um método de referência apresenta uma grande quantidade de risco porque estamos falando de métodos bastante complexos com vários estágios. Então, ter outro método de teste para poder olhar para eles juntos e verificar se eles correspondem, reduz esse risco para nossos clientes, o que acaba reduzindo o risco para os consumidores. Trata-se de garantir que os resultados que fornecemos sejam os mais precisos possível.” Timothy Lumb explica.
“Ter essa verificação secundária reduz o risco de relatarmos algo incorretamente. Embora, como qualquer laboratório lhe dirá, temos processos para demonstrar a qualidade de cada resultado que aprovamos e liberamos, sempre há um certo nível de risco. Então, qualquer coisa que reduza esse nível de risco é uma coisa boa. E eu sei que o NIR é uma daquelas coisas que estamos usando para reduzir esse nível de risco.”
“Você pode fazer muito mais com o NIR do que eu jamais pensei”
A chave para o sucesso com o NIR
Além do fato de o NIR ser conhecido como um método rápido, fácil de usar e altamente sustentável, outro benefício importante do NIR são os resultados consistentes.
“O valor real que você sabe, é que é uma técnica muito repetível. Você sabe, se você executar essa amostra repetidamente, obterá a mesma resposta todas as vezes”, diz Timothy Lumb.
Mas antes de simplesmente implementar o NIR porque é uma nova técnica brilhante, você precisa esclarecer para que deseja usá-lo, aconselha Timothy Lumb.
“Não vá em frente, porque é uma técnica muito boa, mas realmente esclareça exatamente o que você quer fazer com ela. Primeiro, porque você pode adaptar as calibrações a essa necessidade, o que pode reduzir a quantidade de trabalho. E também, você obtém uma calibração muito mais limpa. Meu maior aprendizado é que você pode fazer muito mais com o NIR do que eu jamais pensei, se você conseguir dados suficientes. Essa é realmente a chave. Basta ter bons dados e o suficiente.”
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